Esta é uma das mais Belas mensagens que li neste Final de 2015, e resolvi publicar aqui no Blog.-*
Vivendo e aprendendo a viver
Da Jornalista Margareth Botelho – A Gazeta – Cuiabá – MT – Brasil .-*
“A chegada do Natal e da virada de mais um ano nos remete, ainda que involuntariamente, à reflexão sobre o que fizemos de nossas vidas nos últimos 12 meses e o que podemos modificar – e lógico para melhor – na próxima temporada do calendário. É de novo a vez de varrer tudo aquilo que nos fez infeliz e estabelecer metas, nos permitindo no meio de um turbilhão que foi o atual ano traçar planos e porque não arriscar? Como nos versos da canção Sonho Impossível de Chico Buarque, ‘sonhar mais um sonho impossível. Lutar quando é fácil ceder. Vencer o inimigo invencível’.
Mas uma boa dica para a virada do ano, nos moldes lá da minha terra Goiás, é escolher com cuidado o local onde passar da meia-noite do dia 31 de dezembro para os primeiros minutos de janeiro. Reza a tradição que o que se faz nesse momento pode-se repetir pelo resto do ano que chega. Para mim, confesso, 2015 foi um furacão. Ano frenético e de grandes mudanças no campo pessoal. No mundo, no Brasil nem se fala. Em Mato Grosso o noticiário bipartido entre cenas até bem pouco tempo inimagináveis e fatos que se desenham pela expectativa do bom ou ruim, na dependência das mãos que assumem o leme e direcionam a embarcação para águas tranquilas ou revoltas.
Não pretendo me perder num amontoado de desejos, deixando a mente dispersa e depois não ser capaz de finalizar nenhum deles. O legal é dar o primeiro passo e hei de conseguir, ainda que tenha mirabolantes prioridades. Antes de prosseguir meus devaneios, não quero ser de toda ingrata com 2015. Se foi um ano daqueles de fazer qualquer um arrancar os cabelos, tenho por dever me lembrar das lágrimas derramadas não pelo lamento e sim pela emoção. A certeza prazerosa de viver em família, com filhos, marido, irmãos, sobrinhos, agregados e amigos, especialmente os que estão com a gente para o que der e vier.
Com 2016 bem aí na porta, vale começar a elaborar projetos. Se você ainda não tem isso claro, faça uma lista de tudo que lhe vier à mente. Encha quantas folhas de papel forem necessárias. Sonhar demais não faz mal, desde que não percamos o norte da realidade. Com o coração aberto, vou tentar ao menos conter o que considero o pior dos sentimentos humanos e talvez o mais limitante de todos: a ansiedade. Uma forma de se dar um baile nessa ‘coisa’ pode ser conduzir nossas vidas seguindo uma das regras dos Alcóolicos Anônimos (AA): Viver um dia de cada vez. Um plano de recuperação mental, onde o compromisso seja com a gente mesmo. Assim quem sabe seremos mais solidários com aqueles que nos cercam e que merecem consideração.
Esta história de cada um no seu quadrado nos empurra ao egoísmo, a uma preocupação focada nas perdas. Insistimos em deixar o passado vivo dentro de nós e amarramos as perspectivas de futuro. É o péssimo hábito de não enxergar a grandeza das vitórias, valorizando pequenas derrotas que, no tempo contrapartido, serão ‘um nada’ diante de tudo que sempre podemos conquistar. Por isso, o lema do AA, um dia de cada vez, é gatilho para mudanças morais, para o aumento da capacidade de encarar oportunidades, melhorar a autoestima, ouvir mais, ter fé, confiança e se entregar, respeitando com quem se convive.
Grandes gênios da história foram considerados loucos por insistirem em ideias que somente para eles faziam sentido. O tempo se encarregou de provar o contrário. Que venha Chico Buarque novamente, sussurrando: ‘Romper, a incabível prisão… Voar, num limite improvável… é minha lei, é minha questão… E o mundo vai ver uma flor, brotar do impossível chão!’ Antecipadamente, um bom Natal a todos e uma virada de muitos graus no novo ano, que se aproxima”.
Margareth Botelho é jornalista em Cuiabá e escreve em A Gazeta.
Este Cartão criei da Imagem da Nasa, em que aparece o Asteroide Troiano que circunda o Planeta Terra.-*